segunda-feira, 8 de abril de 2013

Relato Marcela Carrato - "Meu Ágile é uma arma"

Adquiri o veículo em setembro de 2010. O carro foi comprado na concessionara Líder BH e pago a vista.

Com apenas um mês de uso ele apresentou o primeiro problema: em um sinal no cruzamento de uma rua com uma importante avenida da cidade (Rua Viçosa com Av. Contorno), o veículo apagou pela primeira vez. Sem nenhum sinal de falta de bateria ou algo do tipo, fiquei cerca de 1h30 aguardando o reboque, pois o reboque oferecido pela concessionária simplesmente não atendeu. Não sei se todas as lojas autorizadas pela GM possuem este tipo de serviço, mas na Líder, enquanto o carro estiver na garantia, eles prometem total assistência, serviço que nunca tive acesso.

Enfim, chamei o reboque do meu seguro e tentei lavar o carro até a oficina autorizada que estava fechada. Entendo que era sábado, cera de 14h, mas não imaginei encontrar o local fechado sem ninguém para me atender.

O carro foi levado até minha garagem e na segunda-feira eu retornei o contato com a Líder, que buscou o meu carro apenas dois dias depois na garagem do meu prédio.

Alguns dia depois busquei o carro e o diagnóstico foi: um problema no painel automático do carro fez com que ele desligasse. Segundo os mecânicos, como o painel é todo automático, quando um problema é detectado, o carro desliga como forma de segurança para que não aconteçam prejuízos maiores no motor e no meu caso, o painel estava com "mal contato" e ainda segundo eles, o problema foi resolvido.

Achei a justificativa plausível e levei o carro embora.

Apenas dois meses depois, no dia 30 de dezembro, o mesmo problema se repetiu. Minha mãe me levou até a rodoviária São Gabriel em Belo Horizonte, para uma viagem de fim de ano. Ela me levou no meu carro e na volta o mesmo fato aconteceu, só que desta vez ela não estava parada em algum sinal, ou estacionada, ela estava em movimento e o carro simplesmente desligou, deixando o freio sem funcionar. O veículo só parou quando perdeu a velocidade. Ela estava em outra grande avenida da cidade, a Cristiano Machado. Ela também não conseguiu contato com a Líder e precisou chamar um reboque particular. Ela permaneceu em uma garagem de manutenção de ônibus que ofereceu ajuda, uma vez que já estava muito tare, por volta de 23h, enquanto esperava ajuda.

Como estava viajando, eu levei o carro na Líder, apenas após a virada do ano. Entrei em contato com a oficina autorizada da loja em 3 de janeiro e só consegui data para levar o carro no dia 1o do mesmo mês.

Peguei o carro de volta no dia 18 de janeiro. A oficina alegou o mesmo problema e disse que desta vez o defeito havia sido sanado. Apenas 20 minutos após pegar o carro ele apresentou o MESMO problema. Desta vez eu já estava na rua da minha casa e como estava chovendo, uma oficina localizada nesta mesma rua me ofereceu ajuda.

O carro ficou lá durante a noite e o dia e eles me disseram que o veículo estava com vários problemas, entre eles, a embreagem estava gasta.

Eu me assustei, afinal nenhuma embreagem fica gasta em apenas 4 meses de uso. Vale a pena citar aqui, que eu havia usado o carro apenas para trabalhar e voltar e eu moro no Anchieta (Zona Sul) e trabalho na Savassi (também Zona Sul), se quiserem olhar pelo Google Maps verão que a distância não chega nem a 15 minutos.

Na insegurança de andar com o carro assim, e já desconfiada do serviço da Líder, decidi trocar a embreagem na oficina da minha rua e comecei minha eterna luta para reaver o dinheiro da compra do carro.

Conversei com atendentes do SAC, fui até a concessionária e não obtive sucesso. Continuei com o carro "capenga" e sem poder contar com a ajuda da Líder, que alega que por eu ter feito serviços no carro em um lugar não autorizado eu perdi minha garantia.

Passaram-se mais dois anos e durante esse tempo, o carro apresentou o mesmo problema mais três vezes:

- Uma vez em movimento Rodovia Fernão Dias enquanto eu estava indo a trabalho para Varginha, no Sul de Minas;

- Outra vez na própria cidade de Varginha, desta vez eu estacionei o carro e algumas horas depois ele não ligou mais;

- Pela última vez agora, em novembro de 2012, quando um mecânico precisou fazer o serviço dentro da garagem da casa de uma amiga, pois a garagem do prédio dela é estreita e o reboque não passa pelo portão. Eu estacionei o carro para passar a noite na casa dela e no dia seguinte o carro simplesmente não ligou.

Além das paradas inexplicáveis, o carro apresenta mais uma série de problemas, como o ar condicionado.

Em abril de 2011 meu carro mofou. Os bancos e o teto. Descobri que tinha uma poça de água dentro dele e pesquisando, constatei que ela vinha de uma mangueira do ar condicionado que fica atrás do porta-luvas. Tentei consertar, mas descobri que ficava muito caro, então resolvi parar de usar o ar. De uns meses para cá, o ar não precisa estar ligado para essa água vazar. A água simplesmente cai, não sei de onde, formando uma poça no chão do carro, o que impossibilita do passageiro e quem está atrás dele, colocar os pés no chão.

Além disso, outro fato que me assustou muito aconteceu: eu estava estacionada em uma rua íngreme, no bairro Serra aqui em Belo Horizonte. Quando fui sair com o carro, eu entrei e ainda com os pés para fora, o carro começou a descer a rua. O fato que chama a atenção é que ele estava desligado, engrenado e com o freio de mão puxado. Ele desceu desgovernados, os freios não obedeciam e nem a direção. O que eu consegui fazer foi rapidamente colocar os pés para dentro e fechar a porta. O é pior ainda tinham outras duas pessoas entrando no carro. Ainda bem que não estavam como eu estava, pois poderiam ter se machucado muito ou até terem sido arrastadas. A sorte também é que não havia ninguém na rua, pois certamente seria atropelada.

"Essa foi a gota d´água". Como nunca recebi resposta de ninguém, coloquei meu caso na internet e fui procurada por um jornal. Como também sou jornalista e assessora de imprensa, não quis colocar meu nome e usaram minha mãe, Silvana Martins, como personagem contando o caso que aconteceu com ela.

Na matéria, a GM respondeu dizendo que iria analisar cada caso separadamente. E o fez.

No dia que a matéria foi publicada, a montadora me ligou e disse que a concessionária entraria em contato comigo para olhar meu carro.

A Líder entrou em contato e eu levei meu carro hoje, 21/02/13, até a oficina da loja às 8h.

Fui recebida por um mecânico normal que apenas quis saber quais eram os problemas do carro. O gerente da oficina, Adriano, não estava lá. Procurei pelo gerente de vendas, que também não estava e então conversei com a supervisora de vendas, Eliane. Ela me disse que não sabia da minha visita, que não fez nenhum contato com a GM e que este problema era da oficina. Que o máximo que ela poderia fazer era avisar sobre meu caso ao gerente da oficina. Ela informou também que nestes casos, a oficina poderia solicitar um mecânico da GM para que ele fizesse um laudo do carro. Combinamos que ela me daria retorno mais tarde.

Por volta de 15h, o Adriano, gerente da oficina me ligou. Ele informou que analisou meu carro e que os únicos problemas constatados eram o ar condicionado e da embreagem que estava gasta, mas que para realizar este serviço eu pagaria cerca de R$1.650,00, porque o carro não estava na garantia e não me deu nenhuma informação sobre o mecânico da GM que poderia ir até a oficina fazer o laudo, como a Eliane havia me dito.

Bom, eu já sabia disso. Quando entraram em contato comigo, eu imaginei que seria para olharem o carro e conversarem comigo, para chegarmos a um acordo, enfim, eu não queria apenas que olhassem meu carro e consertassem. Até porque os problemas aparecem do nada e hoje ele não estava com os problemas de desligar ou do freio de mão não funcionar. Ele me disse que o máximo que poderia fazer por mim, era me dar como cortesia o reparo do ar condicionado, mas que a embreagem era "mau uso" e que o resto das reclamações não estavam dentro da responsabilidade dele. Ele disse, inclusive, que informou isso para a GM, quando a montadora comunicou que eu levaria meu carro até a Líder.

Enfim, eu me encontro em um impasse. Só tive prejuízos com o carro. Não tenho confiança no veículo e nem tenho coragem de vede-lo. Não tenho coragem de entregar em qualquer loja de seminovos, porque sei que estaria colocando a vida de outra pessoa, ou até outra família em risco. Também não tenho coragem de vender para a própria Líder que também vende seminovos. Afinal, eles não resolveram meu problema e não tenho garantias de que ele será bem avaliado antes de ser vendido, ou seja, estaria colocando a vida de outras pessoas em risco da mesma forma.

Outro problema é que devido aos problemas recorrentes do Ágile, o modelo desvalorizou demais. E isso serve também como um alerta. Tenho diversos conhecidos com carros fabricados em outros anos, que apresentam o mesmo problema e existem diversos blogs e grupos de discussão na internet sobre os defeitos do Ágile que tem apelidos jocosos como Frágile.

No final do mês de fevereiro recebi o contato de uma atendente da GM que se comprometeu a me dar um retorno sobre meu caso até o dia 08 de março.

A atendente não retornou e eu entrei em contato com a GM ontem, 21/03. Fui extremamente mal atendida e não obtive nenhum retorno. Por isso, decidi postar minhas próximas conversas com a GM no Facebook e publica-las na fanpage da Chevrolet Brasil e da Líder BH.

Enfim, peço a ajuda de vocês, porque não sei mais com quem conversar. Esse carro é uma arma e algo tem que ser feito, primeiro pela segurança das pessoas, segundo para sanar o prejuízo do consumidor, fato, inclusive, previsto por lei.

Um comentário:

  1. Tenho um Agile que por coincidência foi comprado na mesma época, 2010. Tive alguns problemas, mas hoje somente o consumo altíssimo me deixa desmotivada com o carro - 7 km/l acredite com GASOLINA!!
    Chegaram a ser vendidas quase 9.000 unidades de Agile em alguns meses de 2011... Hoje, não passa de 1.800/ mês... Pq será???

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